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Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul, Brazil
Formação técnico em Mecatrônica pela escola técnica do SENAI, formado em Analise e Desenvolvimento de Sistemas pela faculdade Ftec - Bento Gonçalves/RS, instrutor de informática na QI-Escolas e Faculdades e SENAC de Bento Gonçalves/RS.Curriculo Lattes http://lattes.cnpq.br/6767816657642858

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Quem manda em vc!!!

 
Há os que só sabem mandar e os que compartilham seu poder provisório
Só alguns afortunados levam a vida profissional com plena autonomia de seus atos. Quase todos precisam prestar contas a alguém. Essa subordinação acontece à revelia das nossas convicções e verdades pessoais. Hierarquia, eis a palavra que a tantos encanta. Durante os anos em que atuamos no mercado de trabalho conhecemos líderes e chefes. Padecemos na mão de incompetentes e temos, também, a oportunidade de aprender lições valiosas sobre o nosso ofício. Há diferenças fundamentais entre quem só sabe mandar e quem partilha o poder.

Vamos à descrição de um chefe. É aquela pessoa inundada de certezas. Desconhece o sentido da palavra ponderação. Jamais, em hipótese alguma, admite estar errada. Adora caminhar em sua sala distribuindo ordens. Não imagina que alguém seja capaz de pensar com muita clareza além dela, e por isso precisa sempre monitorar as atividades alheias. Adora fazer reuniões e assinar ofícios. Até se aventura a delegar algumas tarefas, com o devido cuidado para que isso não ofusque seu inquestionável talento. É fascinada por manchetes. Mais do que fazer, necessita aparecer. Não se importa muito em propor barganhas, desde que seu nome não seja esquecido. Sua cabeça vive aureolada por luzes incandescentes.

Pobres das criaturas que estão sob o seu jugo. Precisam sempre dizer amém. Aliás, pode-se avaliar seu caráter com considerável grau de acerto observando a quem se alia. São os conhecidos puxa-sacos de plantão. Odeiam em silêncio, mas estão sempre prontos a elogiar o chefe amado. Esse mesmo chefe que desconhece a palavra humildade. Ele a cospe de sua boca tal qual um alimento estragado, pois a entende como um sinal de fraqueza. Jamais vai considerá-la um instrumento para relativizar suas atitudes.

Mas existem, felizmente, os líderes. São os que aprenderam que a vida é um exercício de mobilidade e inconstância. Reconhecem as oportunidades e fazem partilhas generosas de seus conhecimentos. Sabem que a retenção flerta com o autoritarismo. Distribuem, emprestam, dividem. Entendem que o conhecimento se amplia na medida em que é agregado ao diferente, ao novo. Olham, propõem e perguntam: o que você acha disso? Não têm medo que lhe roubem o cargo, pois possuem algo que não está atrelado a compadrios: competência. Erram e admitem o erro, conscientes de que é a única maneira de não reincidir nele. Sua voz costuma ser pausada e exercitam constantemente sua capacidade de prestar atenção. Aprendem a, de fato, ver o outro.

Reduzem tanto quanto possível as burocracias inerentes ao cargo. Valem os atos e o que representam para o coletivo. Percebem que é muito fácil confundir a palavra respeito com a palavra medo. Costumam ter a exata estatura de todos os que estão ao seu lado. Brincam. Sabem que competência não precisa ser confundida com seriedade. Ao lado deles as horas parecem minutos. Ao lado de um chefe os minutos parecem horas. Pesados, estes camuflam suas inseguranças travestindo-se de arrogantes. É comum compensarem suas frustrações domésticas massacrando subordinados. Mas não o líder. Ele consegue deixar a felicidade ou a tristeza em seus lugares de origem.

Faça a sua lista pessoal. Não economize elogios se tem ao seu lado um líder. Não inveje um chefe. A mediocridade é seu único patrimônio. Como nos ensina o filósofo e educador Mario Sergio Cortella, “um poder que se serve, em vez de servir, não serve”.

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